domingo, 29 de abril de 2012

Só me resta...

Quero chegar na via dupla dos sentimentos
O estado amoroso ideal
Para quem busca ancorar
Para quem busca o amor

Estou cansado da via única
Do querer utilitário
Do buscar quem não me quer
E desprezar quem me ama

É o meu estágio maduro
Momento de desfrutar os caminhos seguidos
E as conquistas alcançadas
Nas batalhas do viver

Só me resta encontrar você
A princesa dos meus sonhos
Para que eu possa despertar
No porto dos sentimentos recíprocos

sábado, 7 de janeiro de 2012

Ser grande


Se quereis ser grande
Não será com dinheiro
Nem com desprezo aos outros
Que chegareis lá

Aliás,
Podeis até lá chegar
Mas tereis a grandeza só para ti
E te isolareis de tudo e de todos

Jamais sabereis o que é um sorriso sincero
Jamais tereis amigos
Jamais tereis paz
Jamais

Porque a grandeza da gente
Está, justo, no sorriso sincero
Nos amigos verdadeiros
Na vivência da paz

Se quereis ser grande
Aprenda que a grandeza
Não está fora de ti
Está no teu coração

sábado, 7 de maio de 2011

Quizera...

(A Almira, minha mãe)

Quando perdemos quem amamos
E não encontramos outra saída
A não ser curvar-nos diante do irreparável
O chão parece desaparecer dos pés
A fé torna-se uma ladainha incensata e contraditória
O "eu" funde-se no côro dos lamentos humanos

Esta experiência tatua na nossa pele e mente
O sentimento de impotência
O significado da nossa pequenez
A fragilidade do nosso ser
A enorme carência de um simples abraço
A falta de um ombro amigo

Quizera jamais passar por outro momento semelhante
Quizera livrar-me do cálice do sofrimento
Quizera... mas, para isso
Eu teria que não amar outra vez

quarta-feira, 12 de janeiro de 2011

Conclusão



Sentamos na mesa, com bobagens e até risos
depois, como um relâmpago de frio, uma intensa discussão começamos a travar.

Nunca se sabe quem é o certo nessas horas
Nem ao menos sabe realmente o motivo
Mas ambos os lados não se calaram, constantemente participam, defendendo-se de nada.

Até que entre cansaço e raiva, por instantes, as lágrimas saem com as palavras.
Foi a pior cena que senti.
Ver a proporção se formular na minha frente
Foi a prova concreta, de que eu não tinha noção do momento.

Esse momento se pendurou, por horas e horas...

O choro já era incontrolável, tudo era triste.
O que fazer quando achamos que um piscar de olhos pode piorar tudo?

Resolvi, esperei, controlei e evitei.
Sentimentos se sobressaíram, e apesar de tudo o que foi dito, continuar sofrendo nunca é uma boa escolha para quem se ama, e umas das certezas que eu conheci nessa minha vida, é que sempre vou te amar.  

terça-feira, 4 de janeiro de 2011

2011



O mundo girou e girou como nunca
Estava com frio, ansiosa, confusa
Estava lá
Depois, como um flash, um clarão, outra realidade aparece
E a dor chega
Foi minha escolha passar aquilo, mesmo sem conhecer
Os dias se passaram, pouca fome e poucos passos
Até que me vejo em casa, e tudo se transforma
Estava feliz, satisfeita
Cuidados vinham em milhares
O arrependimento nem se quer me tocou ali
Um êxtase misturado com a realização
Do que eu quis ser e ter
Incrível como tudo foi se moldando e mudando
Já melhorou bastante
E a cada dia renovo minhas forças pelo meu presente
E fico feliz por ter escolhido aquele instante

O ‘agora’ parece pouco para a multidão de idéias que penso
Mas controlo, e tento, aos poucos, construir
Sei que prometo para mim mesma, coisas que nunca termino
E acabo me sentindo mal, achando que não posso prometer a ninguém nada, se nem a mim eu sigo
Mas esse pouco que me resta
Torna-se uma brecha
Para alcançar tudo que quis, e lá no fundo, agora entendo, que apesar de dos tijolos, madeira e cimento, a casa vai depender de mim

Patrícia Fausto

terça-feira, 26 de outubro de 2010


Que serei eu assim vivendo sem ti?

Se o meu amor exacerbado é tão retumbante

quanto o léxico dos sonhos contigo;

Dormir, sonhar, acordar...tanto faz...

Se a tua imagem não sai do meu semblante

Ela roubara todos os meus pensamentos

E antes eu, que era o que pensava

Agora vivo com o âmago à espera do teu amor;

E mesmo sabendo que nunca poderei ser correspondida

Prendo-me a estes teus braços, que me carregam dia e noite

na ilusão constante em que vivo.

Viver assim, com esse paradoxo de sentimento platônico,

com toda essa ideologia errônea que não me satisfaz...

Minutos passam e o meu desejo continua sem resposta

Mas mesmo assim, seguirei com esta prosopopéia sonolenta

que me acalenta veemente.

Marília Félix

terça-feira, 5 de outubro de 2010

Apenas vestígios



Em meio às vozes que me mandam calar...
E essa noite que recolhe minhas aspirações mais ternas...
São tantos os motivos que me pedem para tirar de mim o que na prática nunca pode ser meu!
Ontem querer-te me fazia entoar as notas mais suaves, me fazia fechar os olhos, me agitava a respiração.
Teu semblante era a imagem que me vinha à mente ao despertar, tua voz era o som que renovava minhas esperanças em todas as fases do luar.
Quanta coisa mudou!
Hoje tua presença estremece meu corpo, mas não com agrado, e sim como uma onda que te quer longe, cada vez mais longe.
A razão zomba de mim, pois a abandonei no meio do caminho, quando tudo o que diz respeito a ti abalava meu mundo com encantos.
Sei que o sentimento que meu peito guarda com esmero não é o bem maior, não é amor. O amor não encarcera a alma, o amor não detém os passos de quem busca construir algo bom. E isso, eu sei, não é amor.
Sinto que amanhã não restará sequer uma gota desse mar que me consome, o nó da garganta desaparecerá e respirarei aliviada.  As belezas concretas se encarregarão de jogar ao vento os caprichos de um sonho que passou.


Rogna Costa