quarta-feira, 25 de fevereiro de 2009
Desejos Sinceros
Tu dizes que amar é dar asas aos sonhos,
Mas será que não é o próprio amor que nos faz voar?
Muitas vezes nos levando a lugares bem medonhos,
E outras vezes, nos mostrando o paraíso ao simplesmente amar. Ao poeta seja dada a eterna inspiração,
Para que ele possa traduzir o que se vive ao amar.
Ao desenhar-me com palavras tu aguças a minha emoção,
Ao dedicar-me sonetos tu me levas a te apreciar. Querido, eu quero mergulhar em teu olhar,
Ser as lágrimas que se dissolvem pelo teu rosto.
Ser a tua lua nas noites de luar,
Eu necessito que tu bebas desse amor que a ti está disposto. Pois para eu existir é preciso que tu estejas perto de mim,
Já que só o teu amor é capaz de guiar-me pela escuridão.
Rogo a Deus para que a nossa história seja marcada pelas reticências de um amor sem fim
E para que ela não seja apenas lembranças de amores que vem e que vão.
Fabiana Alencar
terça-feira, 24 de fevereiro de 2009
Sapatos de couro de peixe
Crianças sem futuro
Perdidas em ruas cheias de gente
Numa denuncia silenciosa
Da hipocrisia social espalhada pelo mundo
Percebida por coraçoes ainda capazes
De indignar-se com a desumanizaçao
Das pessoas
Em Olinda
Lançam-se aos turistas
Com seu inglês nordestino
De guias turísticos não autorizados
Embaçando a imagem postal
Do patrimônio histórico mundial
Da vergonha pernambucana
Em Recife
Espalham o horror ‘trombadinha’
Desfilando a simples vista
Num espetáculo inacreditável
De filmes trash, alá Hicthcock
De cruenta realidade
Em João Pessoa
São ‘mãos bobas’
Deslizando por bolsos de cansados viajantes
‘Cuspidos’ pela Itapemirim, São Geraldo, Progresso, Guanabara...
Em pleno centro da cidade
Empapado de camelôs e repressão policial
Em Salvador
Símbolo histórico do descaso ao povo afro-brasileiro
‘Inocentes’ sobem e descem as ladeiras do Pelourinho
Repetindo cenas do Brasil colonial
No caos imposto e ordenado
Dos vendedores de artigos artesanais nativos
E turistas desencaixados e alienados
Da paisagem social
Em São Paulo
A truculência policial impoe uma ordem ambígua
Entre a lei e o ilegal
Formando novas geraçoes de delinquentes profissionais
Famosos e temidos
Frequentando os telejornais censacionalistas
Que espargem sangue em nossas casas
Na hora do jantar
Em Barcelona
Símbolo europeu do desenvolvimento capitalista
Adolescentes insuspeitos batem carteiras no porto
Lembrando a verdade de “La ciudad Mentirosa”
De Manuel Delgado
Que denuncia a fraude e a miséria do modelo barcelonês
Decepcionando a quem chega
Crendo numa sociedade ‘desenvolvida’
Menos desigual que as latino-americanas
Em Viena
Crianças estrangeiras fazem-nos reviver
Cenas de metrôs brasileiros
Cantando, tocando e implorando
“Uma ajuda pra minha família que tá passando fome...”
Em uma autência globalizaçao
Da miséria
(...)
As crianças de hoje, de ontem
E de qualquer lugar do mundo
Catingueira, Maranguape ou Viena
São as sementes de nossa indiferença
Um artefato nuclear jogado nas ruas
Que evitamos ver
E insistimos em pisar
Para que explodam antes da hora
E sejam ecarceradas e esquecidas
Em calabouços medievais
Mas
O ‘Ministério da Indignação’ adverte que
Igual que brincar com fogo
É pensar que as pessoas
Por mais desumanizadas que se tornem
Nunca vão levantar sua voz
E escancarar a execrável hipocrisia
De quem pisa as pessoas
Com sapatos de couro de peixe
sábado, 21 de fevereiro de 2009
Antes & Depois
As palavras vêm depois
Antes, há que abrir-se o coração
A qualquer gesto, qualquer poesia, qualquer...
Pois isto é a fala dos sentimentos
As palavras ditas
São o que falta
No olhar, no sentir, no poetizar
E os complementa, os consolida
Declaram, provam, reivindicam
E confirmam o que se sente
Seja com um ‘sim’
Seja com um ‘não’
As palavras vêm depois
Porque meu corpo já te disse
Com todos os sinais possíveis
Que eu te amo
sexta-feira, 20 de fevereiro de 2009
Pouco
Não complique as formas de ser
é tão nítido que chega a ser único.
Sou presa a isso e o pior
é que você sabe.
Não me prendas mais entre seus
capriches e intolerâncias.
Deixe um pouco de mim, sobre as rosas.
Estamos na estrada certa.
O que devemos fazer além de disputar um
com o outro a imensidão das palavras?
terça-feira, 17 de fevereiro de 2009
SOBRA
Nesse jogo de ilusões
Não sabemos a porta certa
E entregamos corações
As primeiras promessas
Procurando e evitando
Se entregar, hostilizar
Negando sentimentos
Tentando não se apegar
Enfim, nada vai acontecer
E assim, o que sobrará de você?
O que sobrará de mim?
Nossas lembranças vão se perdendo
Me abandonando em solidão
Isso vai me enlouquecendo
Duvidas e solução
As ruas já estão escuras
Sem voltas, nem surpresas
Nessa chuva de pedras
Vou me afundar em alguma certeza.
Patrícia F.
domingo, 15 de fevereiro de 2009
Doce Abraço
Muitos anos se passaram
Desde que via no espelho
Das águas doces do açude
A escassa esperança de seguir em frente
Aquelas doces águas
Banhavam a amarga vida
Daquele pobre menino
Aquele menino pobre
Apostava sua vida
Na busca de uma suvela
Ou "se Deus ajuda..."
Uma traíra
Mas no final da pescaria
Só piaba e piau sabao
Enfileirados na furquilha de perero
Que pendia de sua mao
Um certo dia o menino
Surpreendido por um habitual 'passamento'
Quase fez daquelas doces águas
Seu amargo sepulcro
Seus irmaos o encontraram
Boiando, inconsciente
Entregue ao envolvente abraço daquelas águas
Fonte de vida e, por pouco, de morte
Hoje
Tirado dos braços da morte
Aquele menino é um homem
Que 'tornou' da inconsciência
E sobreviveu
E vem falar dos tantos meninos
Que 'boiam' nos açudes e ruas
De Catingueira
Esperando um resgate
Pra 'tornar' do seu 'passamento'
E escapar do doce abraço
Da marga morte
segunda-feira, 9 de fevereiro de 2009
Sempre
Quando em pleno verão
As nuvens deixarem cair por terra
Seu inesperado pranto
Saiba que esse pranto expresa o que sinto
Desfeito em lágrimas
Por tua ausência
Conto cada infinito segundo
Que me separa de ti
Tão inestimável é minha dor
E a natureza cúmplice do que passa comigo
Derrama sobre ti
Minhas lágrimas
Às vezes tempestade
Às vezes sereno
Mas sempre
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