quinta-feira, 27 de agosto de 2009
Bons Momentos
… Tic-tac, tic-tac, tic-tac
Priiiiiiiiiiiiimmmmmmm!!!
Clic!
Mais um dia
E mais uma vez penso em ti
E não encontro motivos para separar-nos
Depois de tanto tempo juntos
De tantos momentos compartilhados
Ah, como eu gostaria de estar contigo agora!
Fazer as palhaçadas de sempre
Sorrir à toa
E depois de um ‘pretinho’
Saborear a cafeína dos teus lábios
Sei que quando tomas uma decisão
Dificilmente voltas atrás
Mas também sei
Que nossa história foi o suficientemente forte
Para que não esqueçamos um do outro tão facilmente
Espero que algum dia nossos caminhos se cruzem
Outra vez
E que a gente, nem que seja por um breve momento
Esqueçamos nossas diferenças
E revivamos os bons momentos do passado
domingo, 9 de agosto de 2009
Tempo longe do amor, da cor e do tom.
Tempo longe de mim.
Limite entre o que sinto e sou.
Nada mais interessa, apenas o foco.
Além disso, só a falta.
E com as horas, vai acabando,
Enchendo a minha imensa vontade de voltar.
A cada chagada, é uma alegria maior.
Tudo se renova.
Chego em mim, e me aconchego.
No lar, flutuo.
Patrícia F. Fausto
terça-feira, 28 de julho de 2009
Transformação do Mundo
Antes que o sol se ponha
E eu me junte à gente
Para admirar o seu espetáculo de cores
Na imensa tela do horizonte
Quero entender sua suposta contradição
O dia inteiro Ele castiga nossa terra
E queima nossa pele exposta
Fazendo com que qualquer coisa à disposição
Transforme-se em abano
Aliviando-nos o sufocante calor
Seria contradição da natureza?
Se nos percebêssemos como parte dela
E não como puros exploradores
Das riquezas naturais
Assumiríamos que na verdade
A contradição é nossa
O ser humano tem o poder de transformar
E melhorar a vida onde quer que estejamos
- No meio do deserto ou às margens de um rio
Mesmo assim muitos sofrem as austeridades ambientais
Que ora parece castigar
Ora parece sorrir
Mas a contradição não está fora de nós
É parte das nossas ações
De nosso ser e estar no mundo
Da nossa perspectiva da vantagem
Do rentável e do status
Paremos para admirar o Sol
Não só no entardecer
Mas também na sua jornada diária
Com o seu entusiasmo por iluminar
Com sua paixão por dar calor
E aprendamos com Ele
Que cada dia devemos dar tudo de nós
Sem economizar potenciais
Sem fazer distinções
E contribuindo à melhoria da vida
No mundo
domingo, 26 de julho de 2009
Só.
Sem tocar, nem recolher
Impresso na maioria dos pedidos
Um imenso fruto de desejo particular,
tornar os sonhos inibidos,
a melhor maneirar de se expressar.
Reforços de sons e imagens
podem então flutuar.
Nessa mistura frágil,
do agir e do pensar.
O pedido se fez sonho.
Desejo, imenso frasco de ilusões,
diminuídas de momentos.
Até então, nada é tão passado.
E o presente, com a imaginação, se desfaz.
Patrícia F. Fausto.
sexta-feira, 24 de julho de 2009
Huellas
Llevo huellas culturales
En mi cabeza y palabras
Pensamientos y deseos...
Pero algo cala hondo en mí
Tengo miedo de la violencia y odio la injusticia
Que resultan de relaciones utilitaristas
De competencia e insensibilidad
Y esto revuelca en mi corazón
Quiero quitarme de encima
La obligatoriedad de reproducirlo
Para construir otras posibilidades
De ser y de vivir
sábado, 13 de junho de 2009
De La Sociedad de los Poetas Muertos
No dejes que termine el día sin haber crecido un poco
sin haber sido feliz, sin haber aumentado tus sueños
No te dejes vencer por el desaliento
No permitas que nadie te quite el derecho a expresarte
que es casi un deber
No abandones las ansias
de hacer de tu vida algo extraordinario
No dejes de creer que las palabras y las poesías
sí pueden cambiar el mundo
Pase lo que pase nuestra esencia está intacta
Somos seres llenos de pasión
La vida es desierto y es oasis
Nos derriba, nos lastima, nos enseña
nos convierte en protagonistas
de nuestra propia historia
Aunque el viento sople en contra
la poderosa obra continúa:
Tú puedes aportar una estrofa
No dejes nunca de soñar
porque sólo en sueños puede ser libre el Hombre
No caigas en el peor de los errores:
el silencio
La mayoría vive en un silencio espantoso
No te resignes
Huye
"Emito mis alaridos por los techos de este mundo"
dice el poeta
Valora la belleza de las cosas simples
Se puede hacer bella poesía sobre pequeñas cosas
No traiciones tus creencias
porque no podemos remar en contra
de nosotros mismos:
Eso transforma la vida en un infierno.
Disfruta del pánico que te provoca
tener la vida por delante
Vívela intensamente
sin mediocridad
Piensa que en ti está el futuro
y encara la tarea
con orgullo y sin miedo
Aprende de quienes puedan enseñarte
Las experiencias de quienes nos precedieron
de nuestros "Poetas Muertos"
te ayudan a caminar por la vida
La sociedad de hoy somos nosotros:
Los "Poetas Vivos"
No permitas que la
vida te pase a ti sin que la vivas
Walt
Whitman
sábado, 18 de abril de 2009
O desejo de sentir
No momento calculado
Sem saber e sem agir
Da doçura de mentir
E a hora se esquece
E o tempo se leva
Na medida nada enlouquece
Só o excesso cega
Os limites se anulam
E a noção se apaga
Depois tudo se encontra
Como uma consciência escura
E o ‘nada’ se torna plano
Contornando contos de misturas
Na sombra de atos provocados
Levando pensamentos as idéias puras
domingo, 12 de abril de 2009
Na pedra da esperança
Não tente impedir-me
De tentar
Senão a gente vai se engalfinhar aqui
E se danar no meio do tempo
Com o sol na molera
Reluzindo o brilho de minha arma
Que corta dos dois lados
Numa ligeireza tão fela-da-mãe
Que tu não podes nem imaginar
Minha arma é minha fala
E a defesa é o argumento
Que desde menino
Enfrentando às piores das bestas-feras
- A pobreza e a fome
Venho amolando na pedra da esperança
Vale tentar
Não aceito os determinismos
Que me impedem de sonhar
De querer
De caminhar
Sai pra lá com teu discurso pessimista
Dizendo que nada pode mudar
“Porque é assim mesmo...”
Não
Nada é “assim mesmo”
Se não é por alguma razão
E as razões podem ser muitas
Além de intencionais
A mais comum delas
É que “as coisas permanecem como estão”
Porque ‘alguém’ assim quer
Para usufruir de sua posição de poder
Ora
Se o próprio Deus tornou-se gente
Descendo do seu trono divino
Mudando radicalmente sua identidade
Por que nós não podemos mudar a realidade?
Se não queres ajudar-me
Sai pra lá com teu augouro
E não tentes impedir-me
De tentar
quarta-feira, 8 de abril de 2009
Bicho Raro
Hoje me ocorreu um fato raríssimo
Que me fez recordar Catingueira:
Me deparei com um gôgo
(Minhoca, para os não-catingueirenses)
Atravessado em meu caminho!
Este fato é raro, primeiro porque
É a primeira vez que vejo um gôgo por aqui
(Aliás, nem perguntei se ele fala português...)
E isso me deixou contente
Porque me senti um pouco ‘em casa’
Na minha terra
Depois
Porque não era só um gôgo
Era um animal que media uns 30 centímetros!
Ou seja, perto de meio metro
Parecia uma cobra-de-duas-cabeças
Passada a surpreza
E depois de um breve período de análise
Em que me certifiquei de que era realmente um gôgo
O retirei do caminho com um pedaço de pau
E o coloquei no pé de uma árvore
E me fui
Grato por aquele encontro
Como un jazzista
Intento vivir mi hombría
Como un músico jazzista que
Siguiendo a reglas melódicas y armónicas
No deja de crear
De inventarse en sus notas
Ese estilo musical
De identidad creadora
Sabe que tiene límites a respetar
Para que sea un arte viable
Tanto para quien la hace
Como para quien la escucha
Pero
Dentro de estos límites
Él busca producir belleza
Proyectándose para allá de ello
Despertando sentimientos y afectos
Y ayudando en la construcción
De una realidad colectiva
Más feliz
terça-feira, 17 de março de 2009
Uma mistura dissimulada entre a realidade aflita
E a expectativa de um sonho sem fim.
Nesse meio em que me encontro
Nenhuma certeza vejo
Apenas inúmeros momentos estranhos
Que para vivenciar, me ofereço
É duro arriscar e ao mesmo tempo se tornar inútil se parar.
Patrícia F. Fausto
sábado, 14 de março de 2009
Renascer
Quando chegamos ao fim do poço
Seja quando não conseguimos mais dialogar
Seja quando não temos mais argumentos
Ou simplesmente quando o ‘saco’ já está cheio
E bate o desespero
A sensação de falta ‘terra nos pés’
A explosão indignada de um
“Por que comigo?!”
É hora de respirar
Fechar os olhos
Limpar a mente por uns instantes
E recomeçar
Tente ver o que você construiu
E avalie se vale a pena insistir
Se vale
Então trace novas estratégias
Aprenda com os erros para não repiti-los
Mas sem medo de errar outras vezes
Porque se não há novos erros
Também não haverá novas aprendizagens
O fim do poço
Na verdade é o começo
De outra experiência
É quando devemos renascer
quinta-feira, 12 de março de 2009
Extasiado
Me levantei antes do sol
Impulsionado por uma onda de idéias
Que queria passar pro papel
Preenchendo as linhas de minha tese de final de curso
Sentado em frente à janela de vidro
Que toma quase toda a parede do meu quarto
Não conseguia ver outra coisa
Que não fosse meu computador
Tomando um chá
Esperava a conexão da internet
Quando o windows avisou que iria reiniciar
Para instalar alguns aplicativos
Fiquei frustrado
E quase cancelava o processo
Porque... ora!
Por que agora?!
Foi quando levantei a vista e
Diante mim
Através daquela enorme janela
Me dei conta do espetáculo da natureza
O tempo eneblinado ofuscando o horizonte
Como em uma tela de Monet
Em suas pinceladas quase aleatórias
Preenchendo o espaço
Parei extasiado
Recostei-me para trás
E deixei-me tomar por aquela imagem
Permitindo-me viver aquele momento
Mi paternidad
Quiero estar contigo siempre
En horas buenas y horas malas
Dividir contigo
Tus lágrimas y sonrisas
Tus fracasos y éxitos
Tus fragilidades y potencialidades
No quiero encontrarte adulto
Desconociendo el niño que fueras
Intentando caminar
A pesar del dolor
De las caídas
De los tropiezos
Del miedo
Quiero estar contigo
Para decirte que puedes llorar
Porque no vas a molestarme
Que no tienes que seguir en el mismo camino
Que puedes incluso volver
Y empezar todo otra vez
Porque lo que es importante
Es el aprendizaje
La búsqueda
El saber la hora de parar
Para reempezar
Si vale la pena
Quiero ser tu amigo
Y vivir tu niñez
Y disfrutar mi paternidad
domingo, 8 de março de 2009
Seamos lo que deseamos ser
Si no soy lo que quieres que sea
Pues
Respeta lo que soy
Así como respeto lo que eres
Porque no tenemos que ser iguales
Tampoco reproducir los gustos uno del otro
Tenemos que ser lo que deseamos ser
Mismo que sea una tarea dura
Mismo que no nos encajemos en modelos
Mismo que tengamos que renunciar
A privilegios, amistades, relaciones…
Seamos lo que deseamos ser
Y hagamos del camino incierto
Un motivo más para caminar
Pues los desafíos de la vida
Deben traernos más experiencia
Si somos lo que deseamos ser
Somos felices
Y si somos felices
Podemos hacer otras personas felices
Al compartir nuestra felicidad
terça-feira, 3 de março de 2009
Nas Sombras da Poesia
Oh! Céus, a minha vida foi absorvida por um amor circunstancial,
Um paraíso de amar que se esconde nas sombras da poesia.
Por um anjo que me fez conhecer o amor em um momento espiritual,
Tão perfeito que ultrapassava a realidade a ponto de se tornar fantasia.
Ah! Meu doce querubim eu vos digo que te amo,
Direis agora se és capaz de renunciar a tudo apenas para me amar.
Ó formoso sol, faças com que o teu brilho ofusque o meu pranto,
Pois não é fácil viver sonhando enquanto se vê a vida passar.
Oh! Malvado coração, por que fostes se apaixonar
Por alguém que se faz tão personagem?
Que se esconde em sua maneira brilhante de atuar,
Fazendo com que eu me fragmente em estrofes apenas por não ter coragem.
Ora! Amargo anjo não me faça aprender com a dor,
Pois isso corrompe minha alma e devora o meu ser.
Sejas sincero! E fale-me de amor quando houver amor,
Caso contrário, enterrarei esse sentimento e apenas nas poesias ele irá permanecer.
Fabiana Alencar
Plazo de Caducidad
Cuando siento el olor de tus cabellos
Besando tu oreja y acariciando tu cuello
Mis sentidos se llenan de un placer absorto
Y por instantes me voy al cielo
Llevado por la belleza de estar contigo
Quiero estar a tu lado
Siempre que sea posible
Y compartir contigo sueños y proyectos
En una relación sin plazo de caducidad
Pero tampoco sin imposiciones
Quiero estar a tu lado
Por el placer de estar contigo
Por el sentido que me das a mi existencia
Y por el igual amor que dedico a ti
Y solo a ti
Que el amor no tenga condicionantes
Para que exista eternamente
Pero que la pasión sea fruto del diálogo
Que expresa el querer compartir vidas y sentimientos
Para que el cotidiano no se convierta en lágrimas
Porque quiero sentirle
Y hacerle sentir
Tanto cuanto pueda
El placer de mirarnos
El placer de tocarnos
quarta-feira, 25 de fevereiro de 2009
Desejos Sinceros
Tu dizes que amar é dar asas aos sonhos,
Mas será que não é o próprio amor que nos faz voar?
Muitas vezes nos levando a lugares bem medonhos,
E outras vezes, nos mostrando o paraíso ao simplesmente amar. Ao poeta seja dada a eterna inspiração,
Para que ele possa traduzir o que se vive ao amar.
Ao desenhar-me com palavras tu aguças a minha emoção,
Ao dedicar-me sonetos tu me levas a te apreciar. Querido, eu quero mergulhar em teu olhar,
Ser as lágrimas que se dissolvem pelo teu rosto.
Ser a tua lua nas noites de luar,
Eu necessito que tu bebas desse amor que a ti está disposto. Pois para eu existir é preciso que tu estejas perto de mim,
Já que só o teu amor é capaz de guiar-me pela escuridão.
Rogo a Deus para que a nossa história seja marcada pelas reticências de um amor sem fim
E para que ela não seja apenas lembranças de amores que vem e que vão.
Fabiana Alencar
terça-feira, 24 de fevereiro de 2009
Sapatos de couro de peixe
Crianças sem futuro
Perdidas em ruas cheias de gente
Numa denuncia silenciosa
Da hipocrisia social espalhada pelo mundo
Percebida por coraçoes ainda capazes
De indignar-se com a desumanizaçao
Das pessoas
Em Olinda
Lançam-se aos turistas
Com seu inglês nordestino
De guias turísticos não autorizados
Embaçando a imagem postal
Do patrimônio histórico mundial
Da vergonha pernambucana
Em Recife
Espalham o horror ‘trombadinha’
Desfilando a simples vista
Num espetáculo inacreditável
De filmes trash, alá Hicthcock
De cruenta realidade
Em João Pessoa
São ‘mãos bobas’
Deslizando por bolsos de cansados viajantes
‘Cuspidos’ pela Itapemirim, São Geraldo, Progresso, Guanabara...
Em pleno centro da cidade
Empapado de camelôs e repressão policial
Em Salvador
Símbolo histórico do descaso ao povo afro-brasileiro
‘Inocentes’ sobem e descem as ladeiras do Pelourinho
Repetindo cenas do Brasil colonial
No caos imposto e ordenado
Dos vendedores de artigos artesanais nativos
E turistas desencaixados e alienados
Da paisagem social
Em São Paulo
A truculência policial impoe uma ordem ambígua
Entre a lei e o ilegal
Formando novas geraçoes de delinquentes profissionais
Famosos e temidos
Frequentando os telejornais censacionalistas
Que espargem sangue em nossas casas
Na hora do jantar
Em Barcelona
Símbolo europeu do desenvolvimento capitalista
Adolescentes insuspeitos batem carteiras no porto
Lembrando a verdade de “La ciudad Mentirosa”
De Manuel Delgado
Que denuncia a fraude e a miséria do modelo barcelonês
Decepcionando a quem chega
Crendo numa sociedade ‘desenvolvida’
Menos desigual que as latino-americanas
Em Viena
Crianças estrangeiras fazem-nos reviver
Cenas de metrôs brasileiros
Cantando, tocando e implorando
“Uma ajuda pra minha família que tá passando fome...”
Em uma autência globalizaçao
Da miséria
(...)
As crianças de hoje, de ontem
E de qualquer lugar do mundo
Catingueira, Maranguape ou Viena
São as sementes de nossa indiferença
Um artefato nuclear jogado nas ruas
Que evitamos ver
E insistimos em pisar
Para que explodam antes da hora
E sejam ecarceradas e esquecidas
Em calabouços medievais
Mas
O ‘Ministério da Indignação’ adverte que
Igual que brincar com fogo
É pensar que as pessoas
Por mais desumanizadas que se tornem
Nunca vão levantar sua voz
E escancarar a execrável hipocrisia
De quem pisa as pessoas
Com sapatos de couro de peixe
sábado, 21 de fevereiro de 2009
Antes & Depois
As palavras vêm depois
Antes, há que abrir-se o coração
A qualquer gesto, qualquer poesia, qualquer...
Pois isto é a fala dos sentimentos
As palavras ditas
São o que falta
No olhar, no sentir, no poetizar
E os complementa, os consolida
Declaram, provam, reivindicam
E confirmam o que se sente
Seja com um ‘sim’
Seja com um ‘não’
As palavras vêm depois
Porque meu corpo já te disse
Com todos os sinais possíveis
Que eu te amo
sexta-feira, 20 de fevereiro de 2009
Pouco
Não complique as formas de ser
é tão nítido que chega a ser único.
Sou presa a isso e o pior
é que você sabe.
Não me prendas mais entre seus
capriches e intolerâncias.
Deixe um pouco de mim, sobre as rosas.
Estamos na estrada certa.
O que devemos fazer além de disputar um
com o outro a imensidão das palavras?
terça-feira, 17 de fevereiro de 2009
SOBRA
Nesse jogo de ilusões
Não sabemos a porta certa
E entregamos corações
As primeiras promessas
Procurando e evitando
Se entregar, hostilizar
Negando sentimentos
Tentando não se apegar
Enfim, nada vai acontecer
E assim, o que sobrará de você?
O que sobrará de mim?
Nossas lembranças vão se perdendo
Me abandonando em solidão
Isso vai me enlouquecendo
Duvidas e solução
As ruas já estão escuras
Sem voltas, nem surpresas
Nessa chuva de pedras
Vou me afundar em alguma certeza.
Patrícia F.
domingo, 15 de fevereiro de 2009
Doce Abraço
Muitos anos se passaram
Desde que via no espelho
Das águas doces do açude
A escassa esperança de seguir em frente
Aquelas doces águas
Banhavam a amarga vida
Daquele pobre menino
Aquele menino pobre
Apostava sua vida
Na busca de uma suvela
Ou "se Deus ajuda..."
Uma traíra
Mas no final da pescaria
Só piaba e piau sabao
Enfileirados na furquilha de perero
Que pendia de sua mao
Um certo dia o menino
Surpreendido por um habitual 'passamento'
Quase fez daquelas doces águas
Seu amargo sepulcro
Seus irmaos o encontraram
Boiando, inconsciente
Entregue ao envolvente abraço daquelas águas
Fonte de vida e, por pouco, de morte
Hoje
Tirado dos braços da morte
Aquele menino é um homem
Que 'tornou' da inconsciência
E sobreviveu
E vem falar dos tantos meninos
Que 'boiam' nos açudes e ruas
De Catingueira
Esperando um resgate
Pra 'tornar' do seu 'passamento'
E escapar do doce abraço
Da marga morte
segunda-feira, 9 de fevereiro de 2009
Sempre
Quando em pleno verão
As nuvens deixarem cair por terra
Seu inesperado pranto
Saiba que esse pranto expresa o que sinto
Desfeito em lágrimas
Por tua ausência
Conto cada infinito segundo
Que me separa de ti
Tão inestimável é minha dor
E a natureza cúmplice do que passa comigo
Derrama sobre ti
Minhas lágrimas
Às vezes tempestade
Às vezes sereno
Mas sempre