sábado, 7 de maio de 2011

Quizera...

(A Almira, minha mãe)

Quando perdemos quem amamos
E não encontramos outra saída
A não ser curvar-nos diante do irreparável
O chão parece desaparecer dos pés
A fé torna-se uma ladainha incensata e contraditória
O "eu" funde-se no côro dos lamentos humanos

Esta experiência tatua na nossa pele e mente
O sentimento de impotência
O significado da nossa pequenez
A fragilidade do nosso ser
A enorme carência de um simples abraço
A falta de um ombro amigo

Quizera jamais passar por outro momento semelhante
Quizera livrar-me do cálice do sofrimento
Quizera... mas, para isso
Eu teria que não amar outra vez

quarta-feira, 12 de janeiro de 2011

Conclusão



Sentamos na mesa, com bobagens e até risos
depois, como um relâmpago de frio, uma intensa discussão começamos a travar.

Nunca se sabe quem é o certo nessas horas
Nem ao menos sabe realmente o motivo
Mas ambos os lados não se calaram, constantemente participam, defendendo-se de nada.

Até que entre cansaço e raiva, por instantes, as lágrimas saem com as palavras.
Foi a pior cena que senti.
Ver a proporção se formular na minha frente
Foi a prova concreta, de que eu não tinha noção do momento.

Esse momento se pendurou, por horas e horas...

O choro já era incontrolável, tudo era triste.
O que fazer quando achamos que um piscar de olhos pode piorar tudo?

Resolvi, esperei, controlei e evitei.
Sentimentos se sobressaíram, e apesar de tudo o que foi dito, continuar sofrendo nunca é uma boa escolha para quem se ama, e umas das certezas que eu conheci nessa minha vida, é que sempre vou te amar.  

terça-feira, 4 de janeiro de 2011

2011



O mundo girou e girou como nunca
Estava com frio, ansiosa, confusa
Estava lá
Depois, como um flash, um clarão, outra realidade aparece
E a dor chega
Foi minha escolha passar aquilo, mesmo sem conhecer
Os dias se passaram, pouca fome e poucos passos
Até que me vejo em casa, e tudo se transforma
Estava feliz, satisfeita
Cuidados vinham em milhares
O arrependimento nem se quer me tocou ali
Um êxtase misturado com a realização
Do que eu quis ser e ter
Incrível como tudo foi se moldando e mudando
Já melhorou bastante
E a cada dia renovo minhas forças pelo meu presente
E fico feliz por ter escolhido aquele instante

O ‘agora’ parece pouco para a multidão de idéias que penso
Mas controlo, e tento, aos poucos, construir
Sei que prometo para mim mesma, coisas que nunca termino
E acabo me sentindo mal, achando que não posso prometer a ninguém nada, se nem a mim eu sigo
Mas esse pouco que me resta
Torna-se uma brecha
Para alcançar tudo que quis, e lá no fundo, agora entendo, que apesar de dos tijolos, madeira e cimento, a casa vai depender de mim

Patrícia Fausto