sábado, 30 de janeiro de 2010

Versos Novos

No "meio do mato" nasceu
Pegado por mãos parteiras
De mulheres guerreiras
Aprendizes da vida
Na seca vida sertaneja

À inclemência nordestina
Da fome, da escravidão
E do sol infernizante
Sobreviveu o poeta
Como um mandacaru

Inácio vive ainda hoje
Pela força dos seus versos
Inspirando versos novos
De jovens poetas e poetizas
Que abençoam Catingueira

domingo, 10 de janeiro de 2010

Na sinfonia do silêncio




O meu espírito só reclama
Pelo dilema que se encontra em meu ser,
De amor em amor o meu coração desanda,
Aparências constantes que são maquiadas em meu viver.

Em suspeita me peguei ao pensar em outro amor
Mas, com minha plena serenidade eu oculto o que sinto,
Com meias verdades e singelas mentiras eu amenizo a minha dor
É por causa da embriaguez do amor que na verdade eu me omito.

Em consciência eu ignoro essa chama
Que penetrou em meu ser de tal modo que eu não consigo suportar
Aumentando essa paixão que por ti tanto clama
Quando a minha emoção ultrapassa o meu pensar.

Um amor que não se poder medir
Que eleva minha alma e simultaneamente declina o meu ser
Ao me fazê-lo amar não me dando forças para persistir.
Visível na sinfonia do silêncio que tanto teimo em esconder.

Fabiana Alencar

quinta-feira, 7 de janeiro de 2010



Acordo sozinha lembrando de como queria não acordar assim

As cores são as mesmas.

Os móveis nem ao menos se movem.

A monotonia está impregnada até no silêncio.

Ligo a tv, na esperança de ter esperanças.

Aí vem os beijos, os abraços, amassos, sonhos.

Novelas de uma realidade distante, para mim.

Aquelas garotas, tão amáveis e amantes.

Posso até fechar os olhos, e tentar imaginar como seria.

As cores não seriam as mesmas, os móveis até dançariam comigo e não bastaria nada, o som estaria naturalmente no ar.

Para cada passo, uma música especial, da qual, nem a idade pode levar de suas lembranças.

Depois de cansar todos meus desejos, saio.

Reencontro as conversas, as histórias, situações.

Lamento por estar muito esgotada de contos, mas me presto a escutar e opinar.

É uma forma de viver algo que não lhe pertence.

Abraços e carinho, aí volto para minha cama.

O escuro me acolhe e dá um espaço em branco para minha imaginação voar.

É divertido, mas muito abstrato.

Tudo que tentar, não será o bastante para que eu possa parar de lamentar, de como não queria acordar assim, sozinha.

Sozinha de pensamentos.



Patrícia Fausto

Quando te ter.


Gosto do toque dos seus lábios

Do sabor do seu cheiro

E de sentir seus ouvidos.

Delirantes suspiros tomam minha mente durante o dia

Poderia ficar séculos ao seu lado, sem notar nenhum segundo.

Tentando decifrar porque sinto puro feitiço em você.

Oh, não pare comigo agora.

Vamos seguindo, adiante sempre, como a infinidade.

Apenas me diga, sinceramente me diga, se sinto isso sozinha

Se é tão avassalador como é em meus sentidos.

Agora me deixa um pouco.

Gosto de sentir de forma egoísta, isso um pouco só.

Assim percebo, que mesmo sem te ter aos meus braços, meus sentimentos estão aqui, ilesos, intocados.

Livre, como a infinidade.



Patrícia Fausto


Sorri facilmente.

Nada foi forjado, apenas quer estar aqui.

Virtudes, defeitos, chantagens, tudo se foi.

E agora, podemos ser o resto do futuro.

Nossas cabeças estão rodeadas de histórias.

As gargalhadas pulam no espaço que estamos.

É tão divertido isso.

Sinto como se estivesse longe de tudo.

Mas foi só o ‘tudo’ que esqueceu de mim.

Posso até voar.

Felicidade estranha

Segura demais para explicações

Ela só me dá o direito de sentir

Mesmo assim, não tenho do que reclamar.

Meus lábios nem me obedecem, o sorriso ficou em mim.



Patrícia Fausto

Fantasmas do passado



Diante de tal relevância, revelo-me como sendo alguém escrava do amor.

Que tem em seu caminho um dilema vivido de tanto amar.

Passados tantos anos, o que me deixastes foi apenas saudades e muita dor.

Dor de conviver sem o teu amor, e viver assistindo a vida passar.

O que sinto por ti ultrapassa o significado de amar,

Excede os sentidos, além de deixar-me fora de mim.

É tão intenso que causa dor e tão fervoroso que chega a queimar,

Tão deslumbrante que provoca delírios, e imensurável a ponto de não ter fim.

Queria poder te apagar da minha mente e tirar-te do meu coração,

Vivo em plena glória de amar, perdida em meu próprio eu.,

Perdendo assim, o significado da vida e perdida em minha própria imaginação.

Tentei acreditar que o amor fosse apenas um algo passageiro em minha vida,

Então, descobri que não há nada em mim que não tenha uma parte de você,

Pois nunca consegui superar o passado e nem muito menos conviver com a sua partida.



Fabiana Alencar