
Acordo sozinha lembrando de como queria não acordar assim
As cores são as mesmas.
Os móveis nem ao menos se movem.
A monotonia está impregnada até no silêncio.
Ligo a tv, na esperança de ter esperanças.
Aí vem os beijos, os abraços, amassos, sonhos.
Novelas de uma realidade distante, para mim.
Aquelas garotas, tão amáveis e amantes.
Posso até fechar os olhos, e tentar imaginar como seria.
As cores não seriam as mesmas, os móveis até dançariam comigo e não bastaria nada, o som estaria naturalmente no ar.
Para cada passo, uma música especial, da qual, nem a idade pode levar de suas lembranças.
Depois de cansar todos meus desejos, saio.
Reencontro as conversas, as histórias, situações.
Lamento por estar muito esgotada de contos, mas me presto a escutar e opinar.
É uma forma de viver algo que não lhe pertence.
Abraços e carinho, aí volto para minha cama.
O escuro me acolhe e dá um espaço em branco para minha imaginação voar.
É divertido, mas muito abstrato.
Tudo que tentar, não será o bastante para que eu possa parar de lamentar, de como não queria acordar assim, sozinha.
Sozinha de pensamentos.
Patrícia Fausto
4 comentários:
!!!
Não tenho palavras para expressar o quanto ela escreve bem... Seus escritos atingem o nosso lado racional e principamente o emocional...
Adoro-te!
Obrigada Fabiana e Rogna! Beijos=***
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