sábado, 18 de abril de 2009

Em cada sonho espelhado
O desejo de sentir
No momento calculado
Sem saber e sem agir
Da doçura de mentir

E a hora se esquece
E o tempo se leva
Na medida nada enlouquece
Só o excesso cega
Os limites se anulam
E a noção se apaga

Depois tudo se encontra
Como uma consciência escura
E o ‘nada’ se torna plano
Contornando contos de misturas
Na sombra de atos provocados
Levando pensamentos as idéias puras

domingo, 12 de abril de 2009

Na pedra da esperança


Não tente impedir-me
De tentar
Senão a gente vai se engalfinhar aqui
E se danar no meio do tempo
Com o sol na molera
Reluzindo o brilho de minha arma
Que corta dos dois lados
Numa ligeireza tão fela-da-mãe
Que tu não podes nem imaginar

Minha arma é minha fala
E a defesa é o argumento
Que desde menino
Enfrentando às piores das bestas-feras
- A pobreza e a fome
Venho amolando na pedra da esperança

Vale tentar


Não aceito os determinismos
Que me impedem de sonhar
De querer
De caminhar

Sai pra lá com teu discurso pessimista
Dizendo que nada pode mudar
“Porque é assim mesmo...”
Não

Nada é “assim mesmo”
Se não é por alguma razão
E as razões podem ser muitas
Além de intencionais

A mais comum delas
É que “as coisas permanecem como estão”
Porque ‘alguém’ assim quer
Para usufruir de sua posição de poder

Ora
Se o próprio Deus tornou-se gente
Descendo do seu trono divino
Mudando radicalmente sua identidade

Por que nós não podemos mudar a realidade?

Se não queres ajudar-me
Sai pra lá com teu augouro
E não tentes impedir-me
De tentar

quarta-feira, 8 de abril de 2009

Bicho Raro


Hoje me ocorreu um fato raríssimo
Que me fez recordar Catingueira:
Me deparei com um gôgo
(Minhoca, para os não-catingueirenses)
Atravessado em meu caminho!

Este fato é raro, primeiro porque
É a primeira vez que vejo um gôgo por aqui
(Aliás, nem perguntei se ele fala português...)
E isso me deixou contente
Porque me senti um pouco ‘em casa’
Na minha terra

Depois
Porque não era só um gôgo
Era um animal que media uns 30 centímetros!
Ou seja, perto de meio metro
Parecia uma cobra-de-duas-cabeças

Passada a surpreza
E depois de um breve período de análise
Em que me certifiquei de que era realmente um gôgo
O retirei do caminho com um pedaço de pau
E o coloquei no pé de uma árvore
E me fui
Grato por aquele encontro

Como un jazzista


Intento vivir mi hombría
Como un músico jazzista que
Siguiendo a reglas melódicas y armónicas
No deja de crear
De inventarse en sus notas

Ese estilo musical
De identidad creadora
Sabe que tiene límites a respetar
Para que sea un arte viable
Tanto para quien la hace
Como para quien la escucha

Pero
Dentro de estos límites
Él busca producir belleza
Proyectándose para allá de ello
Despertando sentimientos y afectos
Y ayudando en la construcción
De una realidad colectiva
Más feliz